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cirurgia de artropalstia

Exercícios Físicos após cirurgia de artroplastia

Atividades físicas após cirurgia de artroplastias

Os principais sintomas para indicação da artroplastia são dor no joelho, perda de mobilidade na perna afetada ou ainda deformação em valgo ou em varo devido ao desgaste da articulação. Um trauma no joelho também pode ser fator indicativo de artroplastia, decorrente de esportes como futebol ou basquete, enfraquecimento muscular, excesso de peso ou execução errada de exercícios em academia.

O número de artroplastias do joelho realizadas tem aumentado nas últimas décadas como reflexo da qualidade de vida e da maior longevidade da população. Com a melhoria das técnicas cirúrgicas e com o desenvolvimento das próteses, complicações como soltura e desgaste estão menos comuns, levando os médicos a indicarem a cirurgia de forma mais precoce.

O benefício mais sentido após a artroplastia é a ausência da dor, que permite a pessoa voltar às suas atividades diárias; além do que a prótese de joelho restaura a mobilidade do movimento da perna, antes prejudicado pelo desgaste da articulação.  

Em pacientes mais jovens, o objetivo principal de uma artroplastia é ter uma vida tão ativa quanto possível, incluindo a prática esportiva, considerando que muitos deles submetidos à artroplastia de quadril ou joelho são praticantes de atividades físicas, inclusive de alto rendimento.

Vejamos, por exemplo, o caso do tenista Andy Murray, submetido a uma prótese no quadril em 2019. O atleta voltou a competir com os melhores do mundo ainda em 2019, confirmando que a evolução da Ortopedia e da indústria possibilitam retornar ao esporte de alto rendimento mesmo após uma prótese.

O que diz a literatura

Muitos atletas de diferentes modalidades temem não poder praticar nenhum esporte após a artroplastia. Jassim e colaboradores1 publicaram revisão sobre o tema, mostrando que a prática esportiva é comum após a cirurgia, principalmente naqueles que já realizavam atividades previamente, magros, mais jovens e sem dor em outras articulações.

Diversos esportes foram estudados, mas a preferência se deu por atividades de baixo impacto como ciclismo e natação, apesar de não haver consenso quanto às atividades de maior impacto. Alguns pesquisadores estão estudando os efeitos da corrida em pacientes com prótese de quadril, como Abe et al.2, que encontraram taxa de 66% de retorno à corrida em pacientes que corriam previamente à cirurgia.

 Para alguns cirurgiões, o ideal é a realização de atividades de fortalecimento associadas a exercícios aeróbicos de baixo impacto: trekking, ciclismo, natação ou tênis de dupla.

Não é muito fácil encontrar estudos a respeito do número de pacientes que conseguem retomar seus esportes, e mais difícil ainda um consenso sobre as atividades permitidas e quais poderiam colocar em risco a durabilidade da cirurgia.

É fato que o paciente submetido à prótese de joelho deve se manter tão ativo quanto suas condições clínicas permitirem e os esportes a serem praticados dependem da avaliação individualizada junto ao cirurgião, considerando o risco de possíveis complicações de cada atividade. Parte deles pode não recuperar completamente a mobilidade do joelho e muitos apresentarão fraqueza residual do quadríceps e da musculatura flexora do joelho, comprometendo seu retorno às atividades físicas esportivas.

Na literatura3-5, a taxa de retorno às atividades físicas após artroplastia total é variável, de pouco mais de 30% a mais de 90% conforme alguns estudos, sendo que a maioria dos pacientes acaba optando por atividades de baixo impacto, como ciclismo, natação, dança, caminhadas ou golfe.

Um achado comum de revisões e metanálises sobre esportes após artroplastia foi que os pacientes naturalmente diminuem naturalmente a atividade e escolhem aquelas de baixo impacto, limitando dados mais conclusivos sobre atividades de impacto moderado ou alto.

É natural imaginar que atividades de alto impacto como corrida, futebol, voleibol e basquete não sejam recomendadas, por arriscarem o sucesso da cirurgia. São considerados seguros ciclismo, caminhada, natação, dança, tênis (duplas), canoagem, golfe, boliche.

A transição entre a prótese e o osso é um ponto de maior fragilidade, sugerindo que esportes com maior risco de trauma (lutas, futebol e basquete) podem levar a fraturas. Exercícios com baixo impacto são liberados, já as atividades moderadas podem ser praticadas por pacientes com boa qualidade óssea e muscular (corridas leves, spinning e tênis).

Atividades de alta performance ou contato físico (basquete, vôlei, futebol e maratona) devem ser discutidas com o ortopedista devido ao risco de luxação ou desgaste precoce da prótese.  Pacientes sem o hábito de praticar esportes de maior impacto devem escolher opções mais seguras. Para os amantes da corrida, a prática esporádica, não competitiva e em distâncias menores parece razoável, embora existam maratonistas com prótese.

Concluindo, antes de recomeçar a atividade esportiva ou iniciar uma atividade após a cirurgia de prótese de quadril ou joelho, o paciente precisa conversar bem com seu médico e fisioterapeuta.

Referências

  • Jassim SS, Douglas SL, Haddad FS. Athletic activity after lower limb

 arthroplasty: a systematic review of current evidence. Bone Joint

  1. 2014 Jul;96-B (7):923-7. 
  • Fawaz WS, Masri BA. Allowed Activities After Primary Total Knee Arthroplasty and Total Hip Arthroplasty. Orthop Clin North Am. 2020 Oct;51(4):441-52.
  • Barber-Westin SD, Noyes FR. Aerobic Physical Fitness and Recreational Sports Participation After Total Knee Arthroplasty. Sports Health. 2016;8(6):553-60.
  • Witjes S, Gouttebarge V, Kuijer PP, van Geenen RC, Poolman RW, Kerkhoffs GM. Return to Sports and Physical Activity After Total and Unicondylar Knee Arthroplasty: A Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Med. 2016 Feb;46(2):269-92.

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